Sexta-feira, 19 de Março de 2010
A partir de hoje, o Jovem Socialista contará com um post de um/a convidado/a por semana . Esta é uma forma tornar este blogue um espaço ainda mais aberto e pluralista. Esta semana, a convidada é Maria Begonha, militante da JS e do PS, membro da Assembleia de Freguesia da Lapa e do Secretariado da JS / Lisboa e da JS / FAUL.
PSD: sem rumo mas com rolha
Desde que vivemos em Democracia que o sistema partidário português se apresenta como bipartidário. Bipartidário, porque dois principais partidos têm merecido o apoio maioritário dos portugueses, para que actuem como seus representantes. Assim tem sido a alternância do poder em Portugal, entre socialistas e sociais-democratas, que ao contrário do que oposição à Esquerda e muitos comentadores e especialistas afirmam, ainda apresenta significativas diferenças ideológicas e políticas, mesmo num quadro de convergência ideológica de Centro. Reflictamos então, sobre a importância da condição actual do PSD como maior partido da oposição.
Não fosse os malefícios que uma oposição desacreditada oferece ao pluralismo e à Democracia portuguesa, teríamos de facto, como socialistas, razões para celebrar. O PS atravessa também momentos difíceis, mas ao longo da sua história e em particular na sua história recente, não perdeu um marco da sua identidade, tão basilar como o pluralismo e democraticidade interna. Afirmava Vitalino Canas, que no PS, nunca seria proposta estatutariamente a “Lei da Rolha”. Acrescente-se que existindo um dirigente socialista com o protagonismo político equivalente a Santana Lopes capaz de propor tamanho erro de julgamento, os militantes base do PS acorreriam a rejeitar tal proposta.
Também da Juventude Social-Democrata não ouvimos uma única manifestação de desacordo, ou o sentimento mais apropriado perante tal proposta, de indignação para com o ataque contra os princípios democráticos dos quais o PSD advoga ser partidário.
A Lei da Rolha, é sem dúvida, um dos mais importantes “acontecimentos” recentes para tecer algumas considerações e identificar manifestas diferenças dentro do bipartidarismo português. A julgar pela proposta estatutária, o PSD não tem condições de se apresentar como um partido unido a não ser acabando com a manifestação do pluralismo intrapartidário. Quando um partido tem que recorrer a medidas de sanção para com os seus militantes, para participar na livre competição democrática, assistimos ao seu reconhecimento de que a sanção é a única via para a união.
Maria Begonha
Esta lei provavelmente é uma das heranças da antiga União Nacional, de onde transitaram alguns dos fundadores deste grande partido democrático. Mas penso que estas questões, dada a actual conjuntura, pouca importância têm.
Discutamos soluções para o País e deixemos o maior partido da oposição, que se assume cada vez mais como sendo de direita neoliberal, afundar e revelar a sua verdadeira essência.
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